A carteira digital de identificação estudantil é uma tendência crescente no Brasil e no mundo. Ela consiste em uma versão digital da tradicional carteirinha física que os estudantes recebem ao se matricular em uma instituição de ensino.
A carteira digital pretende trazer mais praticidade, segurança e funcionalidades aos documentos de identificação estudantil.
Neste artigo, vamos abordar o que é a carteira digital de identificação estudantil, suas vantagens, exemplos de uso no Brasil e no mundo, perspectivas futuras e possíveis desafios de implementação.
O que é a carteira digital de identificação estudantil? A carteira digital de identificação estudantil é um documento digital com validade legal que substitui ou complementa a tradicional carteirinha física. Ela contém os dados do aluno, como nome, curso, instituição de ensino e foto. A grande diferença é que ela fica armazenada em um aplicativo ou plataforma digital, ao invés de ser impressa em um cartão plástico.
Alguns exemplos de dados que podem ser inseridos na carteira digital:
Dados pessoais do aluno: nome, sobrenome, data de nascimento, RG, CPF.
Dados acadêmicos: curso, semestre, matrícula, instituição de ensino.
Foto 3×4 recente do aluno.
Código de autenticação e assinatura digital que validam o documento.
Dados de acessibilidade, como necessidades especiais que o aluno possa ter.
Assim como a carteirinha física, a carteira digital serve para identificar o portador como estudante, dando a ele direito a meia entrada em eventos culturais e esportivos, descontos em estabelecimentos conveniados, acesso a benefícios de assistência estudantil, entre outros.
Vantagens da carteira digital de identificação estudantil
A carteira digital de identificação estudantil traz muitas vantagens tanto para as instituições de ensino quanto para os alunos. Algumas das principais são:
Praticidade: o documento digital elimina a necessidade de portar a carteirinha física, que pode ser facilmente perdida, danificada ou esquecida. Basta ter o celular em mãos.
Segurança: as informações ficam protegidas por sistemas de criptografia e códigos de segurança. Isso dificulta falsificações ou fraudes.
Funcionalidades: é possível adicionar novos recursos, como sistema de pagamentos (carteira digital), acesso ao restaurante universitário, entre outros.
Sustentabilidade: ao eliminar a confecção do plástico, a versão digital gera menos lixo e impacto ambiental.
Customização: as instituições podem personalizar os aplicativos da carteira digital com suas cores, logotipos e layouts próprios.
Praticidade: a emissão e atualização da carteira pode ser feita rapidamente pela internet, sem necessidade de deslocamentos ou filas.
Acessibilidade: recursos como aumento da fonte e de contraste tornam a carteira digital mais acessível para alunos com deficiência visual ou outros impedimentos.
Exemplos de uso no Brasil No Brasil, algumas universidades e instituições de ensino já começaram a adotar projetos-piloto de carteira de identificação digital. A Universidade Federal do Ceará foi uma das primeiras, lançando em 2018 o aplicativo ID Estudantil, que gera um documento digital com QR Code para validar a identidade do aluno.
Outras instituições também desenvolveram seus próprios aplicativos e plataformas, como a Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal da Paraíba, Centro Universitário FEI e o Instituto Federal da Paraíba.
Em 2021, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) lançou um projeto para unificar as carteirinhas digitais de todas as universidades e institutos federais do país em uma única plataforma nacional. A previsão é que até 2023 a carteira digital seja implementada em todas as 69 universidades federais.
Já existem também soluções desenvolvidas por startups e empresas privadas, como a plataforma IDTech, utilizada por faculdades e universidades como PUCRS, Unisinos e outras. Essas soluções privadas podem ser contratadas pelas instituições interessadas.
Experiências internacionais Vários países já implementaram projetos de identificação estudantil digital em larga escala. Na América Latina, o México lançou em 2019 o programa ID Nacional Estudiantil, decorrente de uma lei federal que prevê a substituição das credenciais plásticas pelo documento digital.
A Colômbia também tem um projeto federal chamado ID Estudiantil Digital, gerenciado pelo Ministério da Educação em parceria com universidades. Atualmente, mais de 500 mil estudantes já possuem o documento digital no país.
Na Europa, na Espanha o governo lançou em 2020 o projeto-piloto do Cartão Universitário Digital Integrado, em parceria com universidades catalãs. O documento digital unificado pretende ser implementado em todas universidades espanholas até 2022.
Perspectivas futuras A tendência é que a carteira de identificação estudantil digital se popularize ainda mais nos próximos anos, à medida em que novas tecnologias são incorporadas. Algumas possibilidades que devem surgir são:
Integração com smartwatches e tokens: a carteira de identificação poderá ser acessada de qualquer dispositivo, como relógios e chaveiros inteligentes.
Realidade aumentada: a tecnologia de RA permitirá habilitar novas formas de visualizar e checar a autenticidade do documento digital.
Biometria: dados biométricos como impressão digital podem tornar a identificação do aluno ainda mais segura e prática.
Gamificação: recursos de gamificação podem incentivar os alunos a utilizarem mais os recursos da carteira digital.
Pagamentos: a integração com carteiras digitais, como Apple Pay e Google Pay, pode permitir que a identidade estudantil seja usada para compras e pagamentos.
Novos recursos: a carteira digital tende a incorporar mais funções, como controle de acesso a locais da instituição, agendamento de serviços, disponibilização de notas e registro de frequência.
Desafios de implementação Apesar das vantagens, a implementação da carteira de identificação estudantil digital também enfrenta alguns desafios, como:
Adaptação cultural: estudantes e estabelecimentos podem resistir à substituição do modelo físico que estão acostumados.
Infraestrutura: as instituições precisam investir em tecnologia para criar os aplicativos e plataformas digitais.
Custo: o desenvolvimento dos projetos demanda investimento financeiro das instituições e governos.
Segurança: é essencial garantir a proteção contra falsificações e fraudes, o que exige sistemas de autenticação sofisticados.
Privacidade: devem ser adotados protocolos rígidos para proteger e não vazar os dados pessoais dos alunos.
Acessibilidade: o design precisa garantir acesso democrático a todos os estudantes, inclusive aqueles com deficiências ou limitações.
Unificação: para que a carteira digital seja aceita amplamente, é importante existir um padrão unificado, em vez de modelos diferentes.
A carteira digital de identificação estudantil é uma tendência crescente e que deve se consolidar em breve como um documento prático, seguro e customizável.
A adoção pelas instituições brasileiras tem acelerado, seguindo exemplos bem-sucedidos no exterior. Restam desafios importantes relacionados à tecnologia, segurança, investimentos e unificação, que precisam ser enfrentados.
Mas o potencial de trazer mais comodidade e funcionalidades para o dia a dia dos estudantes é inegável. É possível prever que em poucos anos o plástico dará lugar ao digital.